Roda de conversa Mulheres na luta em papo com as minas: falando sobre o mundo do trabalho

Roda de conversa
Mulheres na luta em papo com as minas: falando sobre o mundo do trabalho
Data: 26 de junho de 2017 – 17h às 20h

A roda de conversa iniciou com apresentações, falamos o nome e o que fazíamos atualmente e teve a participação de 18 a 20 pessoas, sendo a maioria composta por mulheres. A condução da conversa foi feita pela estudante Valéria Ribeirinho. Após esse momento, a Valéria sugeriu que a prof. Dra. Cláudia Mazzei abrisse a primeira fala, destacando seu importante papel no meio acadêmico com pesquisas sobre a divisão sócio-sexual do trabalho, que contribui para o fortalecimento da luta.
Para Cláudia Mazzei, a entrada da mulher no mercado de trabalho é um fenômeno extremamente dialético, pois, ao mesmo tempo em que há essa inserção, não existe a quebra da lógica hierárquica nas relações de poder. Ressaltou que há dados indicando que mulheres tendem a ganhar até 30% menos que os homens, às vezes na mesma posição profissional. Destacou, ainda, a frequente aceitação, por parte das mulheres, da jornada parcial de trabalho como sendo uma conquista, o que legitima a naturalização do espaço doméstico como próprio da mulher.
Na sequência, a prof. Dra. Renata Gonçalves pontuou como a dimensão produtiva e reprodutiva da vida determina os lugares sociais que homens e mulheres ocupam, citando como exemplo a hierarquia pautada por valoração de gênero nos espaços de trabalho, onde os cargos com mais prestígio são geralmente ocupados por homens. Além disso, trouxe para o debate a discussão sobre o tripé indissociável de classe, raça e gênero, citando a renomada escritora Bell Hooks que fala sobre as mulheres negras no mercado de trabalho e a posição comumente inferior que lhes é oferecida. A professora encerrou a sua fala com a frase: “Não dá para discutir trabalho feminino sem levar em consideração raça/etnia”.
A próxima fala foi da Débora, fundadora do movimento “Mães de Maio”, que luta contra as violências do Estado e o machismo arraigado nas relações sociais. Para Débora, “o machismo começa em casa”, afirmação exemplificada por experiências pessoais. Segundo ela, o movimento mães de maio é formado por “mulheres ingovernáveis” que não se submetem às regras.

Outras mulheres contribuíram para a riqueza do diálogo. Giovana, Lilian, Mariana e Suseli trouxeram experiências de suas trajetórias enquanto trabalhadoras, citando casos de hierarquias institucionais e de sua naturalização nos espaços. O diálogo se encerrou com propostas de novos encontros.





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